984 resultados para Conceptual Metaphor


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O percurso histórico das representações da surdez, da educação de surdos e do estatuto da língua de sinais aponta para a necessidade de uma reflexão sobre as relações entre língua, cognição e cultura. Um estudo direcionado à identificação das estruturas conceptuais subjacentes à língua falada pelos surdos -a Libras- pode contribuir com algumas considerações pertinentes sobre a questão surdez/cultura, além de contribuir para desmistificar possíveis preconceitos relacionados à língua de sinais. A linguística cognitiva (LC), ciência que engloba os aspectos cognitivos envolvidos na significação, a influência do contexto para a compreensão/produção da linguagem e a forma como o mundo é experienciado individualmente e culturalmente, revela-se como um embasamento teórico adequado ao desenvolvimento de tal reflexão, uma vez que abarca dentre suas áreas de interesse o estudo dos mecanismos cognitivos de conceptualização e expressão da realidade, dentre os quais se inserem os modelos cognitivos e culturais, a metáfora e a metonímia conceptuais. Levando-se em conta que na LC a concepção de metáfora, estabelecida pela Teoria da Metáfora Conceptual (TMC), à luz de Lakoff e Johnson (2002[1980]) e Kövecses (2002, 2003, 2005), considera a metáfora como um mecanismo conceptual em que os seres humanos empregam um domínio experiencial mais concreto, estreitamente ligado à experiência com o próprio corpo e o mundo em que vivem, para compreender/conceptualizar um domínio mais abstrato; buscou-se, neste estudo, verificar a aplicabilidade de tal teoria na língua brasileira de sinais (Libras), hipotetizando-se que as metáforas conceptuais podem ser identificadas em qualquer língua, mesmo uma língua visuo-espacial, e que as manifestações metafóricas encontradas na Libras podem refletir as especificidades da cultura surda, bem como aspectos provenientes da cultura ouvinte devido à influência cultural gerada por sua inserção nesta cultura. A pesquisa realizada desenvolveu-se sob abordagem qualitativa/descritiva, com análise de um corpus heterogêneo da Libras, composto por sinais isolados, vídeos e transcrições de interações terapêuticas. Os resultados apontam não só para a manifestação da metáfora conceptual na Libras, como também para a manifestação de aspectos semânticos e fonológicos subjacentes à iconicidade cognitiva nos termos de (Wilcox, P. 2004) da Libras. Trata-se de um levantamento inicial, mas que fornece elementos para alguns questionamentos sobre o aspecto conceptual e cognitivo da iconicidade e sobre o alcance da TMC e sua relação com língua e cultura

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Nesta dissertação, investiga-se o processo de construção do significado de manchetes jornalísticas. Parte-se do pressuposto que a Metáfora Conceptual, proposta por Lakoff e Johnson (2002[1980]) e a Mesclagem, proposta por Fauconnier e Turner (2002), são as operações cognitivas complexas imbricadas no processo de compreensão e de construção de textos. A metáfora consiste em um importante recurso que estrutura o pensamento, as experiências e as ações humanas e a mesclagem, um mecanismo que permite significar eventos e experiências, aproximando realidades diversas, (des)comprimindo conhecimentos e rotinas cognitivas ativadas na conceptualização. Nesse sentido, este trabalho traz a lume a forma como o processo de construção de significado integra informações armazenadas em na mente, intercambiando domínios estáveis e ativando espaços mentais que se comungam para a culminância de estruturas emergentes. Para tanto, elucidamos as evidências de que metáforas e mesclagens podem explicar os sentidos produzidos pelas manchetes publicadas nos jornais Meia-Hora de Notícias, O Dia e O Globo. As manchetes foram coletadas no período de 18 de abril a 14 de setembro de 2011. Reunido o corpus, foi iniciado o cotejamento das manchetes à luz das referidas teorias. Realizou-se, em seguida, uma pesquisa com alunos do Ensino Médio de um colégio da rede pública estadual, a fim de confrontar as ponderações da análise com a compreensão empreendida pelos estudantes. Os resultados da análise e da mensuração das respostas dos alunos deram conta do papel da mesclagem na compreensão das manchetes analisadas, como um processo cognitivo, imaginativo e criativo, manifestado no uso da língua, de modo a promover a construção do significado. Foi possível também descrever o papel da metáfora nas mesclas postuladas para explicação do sentido das manchetes, na medida em que conceptualizações metafóricas fundamentam espaços mentais de algumas redes de integração postuladas para análise das manchetes

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Metaphor has featured frequently in attempts to define the proverb (see Taylor 1931, Whiting 1932, Mieder 1985, 1996), and since the advent of modern paremiological scholarship, it has been identified as one of the most salient markers of ‘proverbiality’ (Arora 1984) across a broad spectrum of world languages. Significant language-specific analyses, such as Klimenko (1946), Silverman-Weinreich (1981), and Arora (1984) have provided valuable qualitative information on the form and function of metaphor in Russian, Yiddish, and Spanish proverbs respectively. Unfortunately, no academic scholarship has engaged with the subject of metaphor in Irish proverbs. This study builds on international paremiological research on metaphor and provides for the first time a comprehensive quantitative and qualitative analysis of the form, frequency, and nature of linguistic metaphors in Irish proverbs (1856-1952). Moreover, from the perspective of paremiology, it presents a methodological template and result-set that can be applied cross-linguistically to compare metaphor in the proverbs of other languages.

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The presentation will start by unfolding the various layers of chariot imagery in early Indian sources, namely, chariots as vehicles of gods such as the sun (sūrya), i.e. as symbol of cosmic stability; chariots as symbols of royal power and social prestige e.g. of Brahmins; and, finally, chariots as metaphors for the “person”, the “mind” and the “way to liberation” (e.g., Kaṭ.-Up. III.3; Maitr.-Up. II. 6). In Buddhist and non-Buddhist sources, chariots are in certain aspects used as a metaphor for the (old) human body (e.g., Caraka-S., Vi.3.37-38; D II.100; D II.107); apart from that, there is, of course, mention of the “real” use of chariots in sports, cults, journey, and combat. The most prominent example of the Buddhist use of chariot imagery is its application as a model for the person (S I.134 f.; Milindapañha, ed. Trenckner, 26), i.e., for highlighting the “non-substantial self”. There are, however, other significant examples of the usage of chariot imagery in early Buddhist texts. Of special interest are those cases in which chariot metaphors were applied in order to explain how the ‘self’ may proceed on the way to salvation – with ‘mindfulness’ or the ‘self’ as charioteer, with ‘wisdom’ and ‘confidence’ as horses etc. (e.g. S I. 33; S V.7; Dhp 94; or the Nārada-Jātaka, No. 545, verses 181-190). One might be tempted to say that these instances reaffirm the traditional soteriology of a substantial “progressing soul”. Taking conceptual metaphor analysis as a tool, I will, in contrast, argue that there is a special Buddhist use of this metaphor. Indeed, at first sight, it seems to presuppose a non-Buddhist understanding (the “self” as charioteer; the chariot as vehicle to liberation, etc.). Yet, it will be argued that in these cases the chariot imagery is no longer fully “functional”. The Buddhist usage may, therefore, best be described as a final allegorical phase of the chariot-imagery, which results in a thorough deconstruction of the “chariot” itself.

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Cognitive linguistics scholars argue that metaphor is fundamentally a conceptual process of mapping one domain of experience onto another domain. The study of metaphor in the context of Translation Studies has not, unfortunately, kept pace with the discoveries about the nature and role of metaphor in the cognitive sciences. This study aims primarily to fill part of this gap of knowledge. Specifically, the thesis is an attempt to explore some implications of the conceptual theory of metaphor for translation. Because the study of metaphor in translation is also based on views about the nature of translation, the thesis first presents a general overview of the discipline of Translation Studies, describing the major models of translation. The study (in Chapter Two) then discusses the major traditional theories of metaphor (comparison, substitution and interaction theories) and shows how the ideas of those theories were adopted in specific translation studies of metaphor. After that, the study presents a detailed account of the conceptual theory of metaphor and some hypothetical implications for the study of metaphor in translation from the perspective of cognitive linguistics. The data and methodology are presented in Chapter Four. A novel classification of conceptual metaphor is presented which distinguishes between different source domains of conceptual metaphors: physical, human-life and intertextual. It is suggested that each source domain places different demands on translators. The major sources of the data for this study are (1) the translations done by the Foreign Broadcasting Information Service (FBIS), which is a translation service of the Central Intelligence Agency (CIA) in the United Sates of America, of a number of speeches by the Iraqi president Saddam Hussein during the Gulf Crisis (1990-1991) and (2) official (governmental) Omani translations of National Day speeches of Sultan Qaboos bin Said of Oman.

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This paper explores potential benefits of closer interaction between metaphor studies and translation process research. It presents some developments within Translation Studies which make use of conceptual metaphor theory and illustrates some process research methods for investigating metaphors. The paper considers a number of methodological recommendations and argues that of greatest importance is the need to take full account of insights from metaphor studies and associated disciplines. Another important potential innovation is the use of a multilingual approach in respect of both product- and process-oriented studies in order to increase both the amount and generality of data available for analysis. Thirdly, it is important to extend and complement the current ST-oriented approach. The paper concludes by suggesting some options for triangulating data gathered through a combination of methods.

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Metaphors are a common instrument of human cognition, activated when seeking to make sense of novel and abstract phenomena. In this article we assess some of the values and assumptions encoded in the framing of the term big data, drawing on the framework of conceptual metaphor. We first discuss the terms data and big data and the meanings historically attached to them by different usage communities and then proceed with a discourse analysis of Internet news items about big data. We conclude by characterizing two recurrent framings of the concept: as a natural force to be controlled and as a resource to be consumed.

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In this study I look at what people want to express when they talk about time in Russian and Finnish, and why they use the means they use. The material consists of expressions of time: 1087 from Russian and 1141 from Finnish. They have been collected from dictionaries, usage guides, corpora, and the Internet. An expression means here an idiomatic set of words in a preset form, a collocation or construction. They are studied as lexical entities, without a context, and analysed and categorized according to various features. The theoretical background for the study includes two completely different approaches. Functional Syntax is used in order to find out what general meanings the speaker wishes to convey when talking about time and how these meanings are expressed in specific languages. Conceptual metaphor theory is used for explaining why the expressions are as they are, i.e. what kind of conceptual metaphors (transfers from one conceptual domain to another) they include. The study has resulted in a grammatically glossed list of time expressions in Russian and Finnish, a list of 56 general meanings involved in these time expressions and an account of the means (constructions) that these languages have for expressing the general meanings defined. It also includes an analysis of conceptual metaphors behind the expressions. The general meanings involved turned out to revolve around expressing duration, point in time, period of time, frequency, sequence, passing of time, suitable time and the right time, life as time, limitedness of time, and some other notions having less obvious semantic relations to the others. Conceptual metaphor analysis of the material has shown that time is conceptualized in Russian and Finnish according to the metaphors Time Is Space (Time Is Container, Time Has Direction, Time Is Cycle, and the Time Line Metaphor), Time Is Resource (and its submapping Time Is Substance), Time Is Actor; and some characteristics are added to these conceptualizations with the help of the secondary metaphors Time Is Nature and Time Is Life. The limits between different conceptual metaphors and the connections these metaphors have with one another are looked at with the help of the theory of conceptual integration (the blending theory) and its schemas. The results of the study show that although Russian and Finnish are typologically different, they are very similar both in the needs of expression their speakers have concerning time, and in the conceptualizations behind expressing time. This study introduces both theoretical and methodological novelties in the nature of material used, in developing empirical methodology for conceptual metaphor studies, in the exactness of defining the limits of different conceptual metaphors, and in seeking unity among the different facets of time. Keywords: time, metaphor, time expression, idiom, conceptual metaphor theory, functional syntax, blending theory

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This study discusses the conceptual metaphors of Inari Saami, an endangered, indigenous, Finno-Ugrian language spoken in northern Finland. The research focuses on systematical mappings between source and target domains in conventional Inari Saami metaphors and metonymies. The research material consists of the Inarinsaamen idiomisanakirja [Inari Saami idiom dictionary] which has been compiled by the author in collaboration with an Inari Saami co-author; the Inarilappisches Wörterbuch; Inarinsaamelaista kansantietoutta [Inari Saami folk knowledge]; and Aanaarkiela čájttuzeh [Inari Saami sample texts]. The metaphors and metonymies found in these literary sources are divided into categories on the basis of the target domains and according to the classic model of Lakoff ja Johnson (1980). This method reveals the systematical recurrence of source domains inside each category and thus discovers the systematical patterns of metaphoric mapping, the conceptual metaphors . As a result 44 conceptual metaphors and 16 conceptual metonymies are presented through approximately 500 glossed examples. These findings are discussed against the background of what is known about the cognitive and neural processing of metaphors on the one hand, and what is known about Inari Saami culture on the other. This theoretical framework highlights culture as the underlying force behind conceptual metaphors. The recurring metonymies seem to follow a culturally salient indexicality. For example, the Inari Saami conceptual metonymy TIME IS NATURE reflects the seasonal changes in the year s cycle, which was the salient index of time in traditional Inari Saami culture. The recurring metaphors, for their part, follow a culturally salient iconicity. The conceptual metaphor PRIDE IS ANTLERS is based on an iconicity which is experienced and interpreted by the Inari Saami. A proud person is associated with a reindeer who shows off his impressive antlers. The conceptual metaphor/metonymy seems to be a reflection of culture rather than a cognitive means of understanding an abstract domain in terms of a concrete domain, as hypothesized by certain theoreticians. Repeating this study with other languages may lead to the possibility of typologizing the metaphorical systems of the world s languages and understanding the diversity of metaphor systems in the endangered languages of the world.

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Reconhecendo a pluralidade das representações acerca dos relacionamentos amorosos, o presente estudo tem como objetivo verificar o conceito de amor existente em produção impressa, averiguando se há uma forma de relacionar-se privilegiada atualmente por instrumento midiático voltado para a juventude. Para tanto, conta com as contribuições da Linguística Cognitiva, em especial da Teoria da Metáfora Conceptual (Lakoff e Johnson, 1980 e 1999; Kövecses, 2000, 2002 e 2005), estabelecendo um diálogo desta com estudos da Sociologia e da Antropologia (Giddens, 1993; Bauman, 2001, 2004 e 2005; Almeida e Tracy, 2003; Araújo e Castro; 1977; Rezende e Coelho, 2010, entre outros) que têm como foco as emoções e/ou os relacionamentos amorosos. Anteriormente contemplada como mero ornamento da linguagem, a metáfora passa a ser considerada um fenômeno cognitivo, fruto das experiências compartilhadas por um determinado grupo de pessoas. Desse modo, seu estudo possibilita um melhor entendimento sobre os seres humanos e seus sentimentos, e auxilia a enxergar criticamente como grupos sociais enquadram o mundo. No processo de análise das metáforas e dos modos de conceptualização do amor, foram fundamentais os estudos sócio-antropológicos mencionados, os quais permitiram uma visualização mais ampla dos comportamentos amorosos contemporâneos. O corpus foi constituído por artigos da Revista Capricho, selecionados durante doze meses, que trataram sobre relacionamentos amorosos. Nas edições consideradas, as metáforas indicavam, em sua maioria, a conceptualização do amor a partir de um negócio e de uma viagem, confirmando a visão de uma sociedade pautada pelas relações de mercado e utilitarista, assim como o imperativo do movimento ao que os jovens, em especial, encontram-se submetidos. Houve também espaço para outras conceptualizações, nas quais, igualmente, os relacionamentos se mostram fluidos, imediatistas, com validade até o momento em que houver conveniência. Assumir um compromisso significaria abrir mão de um prazer imediato e da liberdade individual em função do outro, um risco muito grande, que não vale a pena a ser corrido diante da incerteza do futuro

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A presente pesquisa tem por objetivo investigar como a palavra paz é entendida, em termos de conceito, pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas. Para tanto, são analisados trinta e sete relatórios oficiais produzidos pelo Conselho de Segurança, no período de agosto de 1994 a junho de 2009, acerca das missões de paz realizadas em trinta e uma regiões/países que apresentavam ameaça à paz e à segurança internacionais durante aquele período. De acordo com a Conselheira Gilda Santos Neves, chefe da Divisão das Nações Unidas do Ministério das Relações Exteriores, em seu texto O Brasil e a Criação da Comissão para a Consolidação da Paz (2008), a paz é algo que se consolida e não se constrói. Tal posição norteia a presente pesquisa, uma vez que o objetivo aqui é mapear as expressões linguísticas realizadas através da palavra paz. As bases teóricas desta pesquisa encontram-se fundamentadas na teoria da metáfora cognitiva, de Lakoff e Johnson (1980), bem como no estudo de Deignan (2005) em seu livro intitulado Metaphor and Corpus Linguistics, que visa a fornecer os benefícios que a abordagem cognitiva de metáforas pode obter através da análise de corpora digitalizados. Após compilar os relatórios do Conselho de Segurança e prepará-los para serem lidos pelo programa computacional WordSmith Tools 3.0, foram extraídas todas as ocorrências da palavra paz dos referidos relatórios. Das 686 ocorrências geradas, foram deixadas para análise somente aquelas com sentido metafórico e, no total, nove esquemas conceptuais foram construídos. A pesquisa feita sugere que, para o Conselho de Segurança, a paz é algo profundamente desejado tanto pela população das zonas de conflito quanto pela comunidade internacional. No entanto, a paz não é facilmente construída ou estabelecida. Alcançar a paz implica seguir um processo com diferentes etapas, ou seja, com início, meio e fim, bem como superar obstáculos e retrocessos que surgem no meio do caminho. Para tanto, diversos investimentos têm de ser feitos por todos aqueles envolvidos e realmente interessados na paz mundial. Por fim, vê-se que a visão da Conselheira Gilda Santos Neves, de acordo com as metáforas aqui analisadas, está correta, já que, conforme apontam os resultados do presente estudo, o conceito de paz, para o Conselho de Segurança, não é o de algo a ser construído do zero

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Nesta dissertação, analisam-se alguns ditos populares retomados em músicas do cancioneiro popular, com base na teoria da metáfora conceptual (Lakoff e Jonhson, 1980; Kövecses, 2002), e na teoria da integração conceptual (Fauconnier e Turner, 2002). Busca se investigar se a projeção metafórica presente no dito empregado em situações cotidianas se sustenta, quando o mesmo é retomado em uma letra de música. Este estudo encontra sua justificativa em uma das assunções basilares da linguística cognitiva de que as metáforas conceptuais estão presentes tanto nas conversas cotidianas quanto nas manifestações literárias e artísticas. Pretende se, assim, observar a multidirecionalidade dos processos de significação desse tipo de construção linguística, a fim de postular seu poder projetivo e metafórico na mente dos falantes. Dentro do repertório de construções proverbiais em português, é perceptível a construção proverbial condicional com a configuração sintático semântica [x P Q], entre as quais foi escolhida como objeto de estudo a configuração [Quem P Q]. A escolha das músicas foi aleatória, já que não se buscou um gênero ou estilo específico, mas canções que possuíssem ditos populares em suas letras. Na análise, de cunho interpretativo, procedeu-se a identificação do papel da metáfora conceptual presente no dito empregado em situações cotidianas e nas 10 músicas selecionadas para este estudo. Em seguida, postularam-se redes de integração conceptual subjacente ao sentido dos ditos nas interações em geral e nas músicas, de modo a explicar que as diferenças de sentido observadas ou não nos ditos transpostos para letras de músicas estão relacionadas ao tipo de rede de integração conceptual ativado durante o processo de mesclagem. As redes de integração postuladas para explicar a construção de sentido dos ditos e destes nas músicas analisadas, revelam compressões das relações de CAUSA EFEITO, MUDANÇA, IDENTIDADE, ANALOGIA DESANALOGIA e TEMPO, devido, sobretudo, ao papel que os ditos desempenham ao ilustrar cenas da vida das pessoas. Entre as metáforas que estruturam os ditos, nas interações e nas músicas, encontram-se A VIDA É UMA VIAGEM / A VIDA É UM TRAJETO QUE DEVE SER PERCORRIDO COM CAUTELA / VIDA É UM JOGO DE AZAR; TEMPO É LOCAL PARA ONDE ALGO SE DESLOCA; DIFICULDADES SÃO IMPEDIMENTOS (IN) TRANSPONÍVEIS; RELIGIÃO É UMA TRANSAÇÃO COMERCIAL; MORAL É UM OBJETO PRECIOSO (MAS FRÁGIL COMO O VIDRO); EXAGEROS SÃO GOLPES INCERTOS. Espera-se que a hipótese aventada com este estudo motive outras pesquisas sob o escopo teórico da Linguística Cognitiva; em especial, as teorias da metáfora e da mesclagem conceptual, as quais revelaram um potencial descritivo promissor para análise de fenômenos semântico-pragmáticos da língua portuguesa, como os ditos populares, construções situadas no topo da escala de idiomaticidade

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Com vistas à conceptualização do conceito de BANDIDO em 32 expressões com a estrutura bandido de x, descrevemos, nesta dissertação, os modelos cognitivos idealizados subjacentes à construção de sentido de tais expressões, postulando-lhes um caráter de modelo cognitivo complexo, nos termos de Lakoff (1987), produtivo na língua. Constituem ainda o arcabouço teórico deste estudo a Teoria da Mesclagem Conceptual (FAUCONNIER e TURNER, 2002) e a Teoria da Metáfora Conceptual (LAKOFF e JOHNSON, 1980). A análise das construções bandido de x foi realizada a partir de 137 comentários retirados da internet e definições elaboradas por 15 alunos do ensino fundamental; 18 do ensino médio e 20 alunos do ensino superior. Os alunos que colaboraram com a pesquisa definiram 24 expressões bandido de x. A pesquisa obedeceu ao procedimento qualitativo de análise dos dados, no qual observamos as diferentes interpretações dadas para as expressões, fundamentando-as a partir dos processos cognitivos envolvidos no sentido das mesmas. Assim com base na análise dos comentários de internautas e nas definições de alunos, propomos quatro processos de conceptualização para as expressões bandido de x: (a) conceptualização com base em modelos cognitivos proposicionais, em que x é um locativo interpretado como lugar de origem ou de atuação do bandido bandido de morro, bandido de rua, bandido de cadeia ; (b) conceptualização com base em modelos esquemático-imagéticos, em que observamos a atribuição de uma espécie de escala ao sentido atribuído à construção, culminando em diferentes status para a categoria BANDIDO DE X, subjacente a expressões bandido de primeira/segunda/quinta categoria/linha; (c) conceptualização de BANDIDO DE X com base em modelos metonímicos, em que x é uma peça do vestuário/calçado/acessório, de modo a interpretar o BANDIDO como pertencendo a uma categoria que costuma utilizar determinada peça de roupa, acessório ou calçado bandido de colarinho branco, bandidos de farda, bandido de chinelo ; (d) conceptualização de BANDIDO DE X com base em modelos metafóricos, em que x é um conceito abstrato que pode ser entendido como um objeto possuído pelo bandido, de forma a caracterizá-lo pela maneira de agir ou expertise bandido de conceito, bandido de atitude, bandido de fé. Acreditamos, assim, na possibilidade de descrição de padrões que regem a conceptualização de BANDIDO DE X, cujos sentidos alcançados por meio de modificadores revelam a produtividade e complexidade do modelo cognitivo BANDIDO

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Este estudo teve a finalidade de descrever, num corpus literário de iniciação, tanto a metáfora conceptual e suas manifestações lingüísticas quanto à intertextualidade, como caminhos possíveis para um processo de compreensão construtivo e autônomo, em textos de língua portuguesa produzidos em culturas diferentes. Selecionamos, como material de investigação dos aspectos estudados, na literatura brasileira, uma trilogia metaliterária de Lygia Bojunga Nunes, na literatura portuguesa, dois contos de Sophia de Mello Breyner Andresen, e na literatura africana, optamos pela representação moçambicana com uma novela de Mia Couto. As obras das duas primeiras autoras são lidas por jovens entre 14 a 17 anos nos seus países de origem e a obra de Mia Couto está aqui relacionada por ser uma possibilidade e um enriquecimento para o leitor em formação. Trabalhamos com a metáfora inserida nos fundamentos da Semântica cognitiva, porque traz como preceito básico o desvelamento das associações que vão embasar nossos esquemas mentais e cujo conhecimento vai-nos habilitando a uma autonomia para relacionar sentidos e perceber que até a mais obscura emissão vai ganhar ares de previsibilidade por conta das nossas experiências, dos textos que buscamos na memória e do contexto que construímos com os dados lingüísticos que preenchem a moldura de um dado cenário. A metáfora, porém, se mostrou produtiva em nossas análises porque associamos a sua gênese conceptual com a sua função pragmática. É nessa fusão que ela se faz língua, se faz pujante, desviante e revela para o interlocutor as marcas que a remetem para a circularidade original, ou seja, o conceito da qual ela foi gerida. Verificamos, na aplicação da teoria no corpus analisado, que, através dos fundamentos da metáfora conceptual e da intertextualidade, podemos compreender o que é universal e o que é cultural nas nossas expressões literárias e que a fronteira entre essas duas dimensões não fratura o diálogo que se faz urgente e necessário, para a defesa de uma cultura lusófona

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Neste estudo qualitativo, objetiva-se descrever os usos do conector mas em um corpus de mediação endoprocessual, à luz da Linguística Cognitiva, baseando-se, sobretudo, na Teoria da Metáfora Conceptual e nos conceitos de categorização, esquemas imagéticos e modelos cognitivos idealizados (MCIs). Investigam-se as bases cognitivas que fundamentam os sentidos do mas e a função argumentativa desse conector na mediação, a partir de duas hipóteses gerais, a saber: (i) defende-se que o conector mas funciona como um gatilho para a ativação do MCI de guerra, em termos do qual é conceptualizado o conceito de discussão, como afirmam Lakoff e Johnson (2002[1980]); e (ii) acredita-se que tal conector possa ser caracterizado como uma categoria radial, formada a partir dos diferentes esquemas imagéticos que fundamentam as ocorrências desse elemento na interação. Tendo em vista essas hipóteses, objetiva-se: (i) apontar as funções argumentativas do mas na mediação, sinalizadas pelos mapeamentos metafóricos ativados durante a discussão e (ii) descrever os sentidos evidenciados pelos usos do mas no gênero analisado, os quais são evocados pelos diferentes esquemas imagéticos em que se baseiam. Os resultados indicam que esse conector pode ser compreendido como uma categoria radial, formada a partir de esquemas de força distintos. Além disso, verifica-se que os três usos mais próximos ao centro da categoria relacionam-se fortemente a um confronto ou a uma disputa de posição entre os participantes da interação, enquanto os três mais periféricos são estreitamente ligados a uma estratégia de manutenção da posição argumentativa do falante. Considera-se que esta pesquisa possa colaborar para o estudo do conector mas, devido à observação do comportamento semântico-discursivo desse item em um gênero pouco contemplado, a mediação; e, devido à escolha do paradigma adotado, que permite analisar o conector em todas as suas ocorrências, não havendo necessidade de separar os usos chamados de interfrásticos daqueles denominados inícios acessórios ou pré-começos